Saúde

Um momento de alívio

João Vitor, de oito meses, passou por cirurgia para correção de craniossinostose, doença que provoca o fechamento prematuro de suturas do crânio; procedimento foi custeado por pessoa anônima

Alívio, paz, tranquilidade. São esses os sentimentos revelados por Núbia Oliveira, após a realização da cirurgia de correção da craniossinostose de seu filho João Vitor, de oito meses, realizada no último dia 21. O procedimento, com o custo de R$ 56 mil na rede particular, precisava ser feito antes que o menino completasse um ano. Uma pessoa que preferiu não se identificar, custeou o procedimento, que ainda não tinha prazo para realização pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Com cinco meses, a criança havia sido diagnosticada com sinais de craniossinostose na sutura sagital e sinais de escafocefalia, doença que provoca o fechamento prematuro da suturas cranianas, o que dificulta o desenvolvimento do cérebro. Conforme recomendação médica, João precisava realizar a cirurgia até que completasse um ano. Com a incerteza da realização do procedimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a família organizou uma campanha de arrecadação para custeio do procedimento. A história da criança foi publicada pelo Diário Popular no último dia 1º de outubro. No mesmo dia, Núbia conta que recebeu grande quantidade de ligações com desejos de boa sorte, pedidos de informações sobre a rifa que estava sendo vendida, e sobre como ajudar. Entre os telefonemas, uma pessoa, que não quis se identificar, ofereceu custear o valor total da cirurgia, de aproximadamente R$ 56 mil. Apesar da incerteza de familiares, a mãe de João não teve dúvidas sobre a veracidade do telefonema. "Eu não tive reação, mas tive certeza que era verdade", afirma.

Após três dias, uma ligação do consultório do médico Jorge Bizzi, especialista em Neurocirurgia Pediátrica, confirmou a primeira data da cirurgia, que foi adiantada para o último dia 21. O procedimento foi realizado em três horas, metade do tempo previsto. Em seguida, foram mais três dias na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) e dois no quarto, momento em que os pais de João, Núbia e Lucas dos Santos, puderam segurar o pequeno após a cirurgia. "Quando a gente pegou no colo ele já começou a sorrir e fazer bagunça", conta a mãe.

Uma semana após a cirurgia, as recomendações eram para que fossem evitadas pressões e impactos na cabeça de João, além da restrição para uso de andador. A previsão, é que os pontos caiam nos próximos dias, e que não deixem cicatrizes. João também deve receber avaliação médica periódica até que complete 12 anos de idade.

Gratidão

Conforme Núbia, a expressão de todos da família é de alegria e gratidão à pessoa que custeou o tratamento. "Foi uma pessoa muito iluminada, com coração bom, desejo muita saúde e irei incluir em minhas orações", conta. O único pedido do anônimo foi saber como foi o procedimento, e se a criança estava bem. "Após a cirurgia ligamos, e ele disse que ficou feliz com o resultado."

A avó do pequeno João, Eduvirges Oliveira, também ressalta o alívio sentido, após os momentos de angústia, quando ainda havia a incerteza de que a cirurgia seria feita no tempo recomendado. "Agora a gente até consegue dormir", desabafa. A moradora de Santana da Boa Vista mudou-se para Pelotas para ajudar a cuidar do menino.

Com a realização da cirurgia, a mãe de João afirma que o dinheiro arrecadado pela rifa, por doações e eventos feitos pela família, será destinado para instituições e outras pessoas que precisem de ajuda.

Craniossinostose

Conforme a Sociedade de Pediatria de São Paulo, a craniossinostose é uma doença congênita, que pode ser causada por questões hereditárias, intrauterinas, infecciosas ou pelo uso de determinados medicamentos. Consiste no fechamento prematuro das suturas sagitais do crânio, fator que impossibilita o desenvolvimento normal do cérebro, podendo causar problemas neurológicos. O tratamento cirúrgico consiste na criação de suturas ou espaços que possibilitam a expansão do cérebro.

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Em busca de conciliações Anterior

Em busca de conciliações

A palavra-chave é prevenção Próximo

A palavra-chave é prevenção

Deixe seu comentário